Um ataque aéreo dos Estados Unidos contra um porto de petróleo controlado pelos rebeldes houthis no Iêmen resultou na morte de 38 pessoas e deixou outras 102 feridas, segundo informações divulgadas pelo próprio grupo nesta sexta-feira (18).
Esse é o ataque mais letal registrado até agora na nova campanha militar lançada pelo presidente Donald Trump contra os iemenitas.
O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) informou nesta sexta-feira que o ataque tinha como alvo a infraestrutura portuária, com o objetivo de cortar o fornecimento de combustível aos combatentes destruir uma fonte econômica dos Houthis, considerados terroristas pelo governo americano.
O local do ataque, na Costa do Mar Vermelho, abriga um oleoduto e um porto que são “infraestrutura crítica e insubstituível” no Iêmen, segunfo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Cerca de 70% das importações do Iêmen e 80% da assistência humanitária ao país passam pelos portos de Ras Issa, Hodeidah e al-Salif.
Washington realiza ataques aéreos quase diariamente ao Iêmen desde 15 de março, na tentativa de acabar com a ofensiva que os Houthis mantém contra navios civis e militares nessas águas cruciais para o comércio mundial. Desde novembro de 2023, os Houthis lançaram mais de 100 ataques, sob o argumento de solidariedade aos palestinos, em represália a Israel.
O grupo rebelde também tenta às vezes atacar diretamente o território israelense, cujo Exército anunciou nesta sexta-feira ter interceptado um míssil procedente do Iêmen. O canal al-Masirah exibiu imagens que mostram corpos ensanguentados no chão na região do ataque americano, e socorristas transportando feridos em macas.
O Irã, que apoia os huthis, condenou nesta sexta-feira os bombardeios “bárbaros” lançados pelos EUA e afirmou que constituem uma “violação flagrante dos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”. O movimento islamista palestino Hamas também denunciou uma “agressão flagrante” e um “crime de guerra”.