Junho Laranja: a importância da doação de medula óssea na cura da leucemia

A cada 100 mil pessoas, apenas uma pode ser compatível com quem espera por um transplante

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O mês de junho é marcado pela campanha Junho Laranja, criada para promover a conscientização sobre a leucemia e outras doenças do sangue. A leucemia, um tipo de câncer que afeta a medula óssea e compromete a produção de células sanguíneas saudáveis, atinge cerca de 12 mil pessoas por ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para muitos pacientes, o transplante de medula óssea é a única possibilidade de cura — e depende diretamente da solidariedade de doadores voluntários.

Muitas vezes, o transplante de medula é a única alternativa para interromper o avanço da doença. Por isso, ampliar o número de doadores cadastrados é uma missão urgente e contínua. Segundo o Dr. Pedro Costa Neto, Coordenador Médico do Hospital Rede Grand 3 Pituba, referência do Plano Brasil Saúde, “o sucesso do transplante depende, em grande parte, da compatibilidade genética entre doador e receptor. Fora do núcleo familiar, essa compatibilidade ocorre, em média, em apenas 1 a cada 100 mil pessoas. Por isso, ampliar o número de doadores cadastrados é um desafio contínuo e essencial”.

Atualmente, o Brasil conta com mais de 5,9 milhões de doadores registrados no REDOME (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), o terceiro maior banco do mundo e o maior com financiamento exclusivamente público. Apenas entre 2022 e novembro de 2024, o número de novos doadores cadastrados cresceu 8,4%, saltando de 119 mil para 129 mil. Já o número de coletas de medula para transplantes chegou a 431 em 2024 — também 8% acima do total realizado em 2022.

A leucemia pode se apresentar de diferentes formas. As principais são: leucemia linfoide aguda (comum em crianças), leucemia linfoide crônica (frequente em idosos), leucemia mieloide aguda (mais comum em adultos) e leucemia mieloide crônica (também prevalente entre adultos). Os sintomas costumam ser inespecíficos: cansaço excessivo, palidez, febres frequentes, perda de peso e sangramentos inexplicáveis. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial.

Dr. Pedro reforça que a doação de medula é um procedimento seguro e, na maioria dos casos, simples. Cerca de 70% das doações são realizadas por aférese, um procedimento semelhante à doação de plaquetas, que não requer internação nem anestesia. É crucial desmistificar o medo em torno do procedimento, pois cada doador representa a possibilidade real de salvar uma vida”.

Para se tornar um doador, é necessário ter entre 18 e 35 anos, estar saudável e comparecer a um hemocentro credenciado. Após a coleta de uma amostra de sangue, o perfil genético do doador é incluído no REDOME. Caso seja encontrada compatibilidade com algum paciente, a pessoa é convocada para exames mais detalhados e, se estiver apta, realiza a doação.

Neste Junho Laranja, a mensagem é clara: doar medula é um ato de empatia que pode salvar vidas. Quanto maior o número de doadores cadastrados, maiores as chances de pacientes com leucemia encontrarem um caminho para a cura.

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