Uma auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que emendas parlamentares do deputado federal Raimundo Costa (Podemos-BA), teriam beneficiado diretamente a federação que ele próprio já presidiu. Segundo o relatório, a entidade também usou parte desses recursos para contratar serviços de arquitetura e engenharia de uma empresa ligada à companheira de um ex-chefe de gabinete do deputado, em um contrato suspeito de superfaturamento.
As informações fazem parte de um documento da CGU que será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O material integra a investigação sobre o uso de emendas individuais de vários parlamentares ao longo dos últimos anos, sob a relatória do ministro Flávio Dino.
Conforme os auditores, há sinais de conflito de interesses e falhas que podem comprometer a lisura da aplicação das emendas destinadas por Raimundo Costa, especialmente aquelas enviadas para a Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado da Bahia (Fepesba).
A auditoria analisou o repasse de R$ 4,36 milhões destinado à reforma de unidades de 32 colônias de pescadores ligadas à federação baiana.
Os técnicos identificaram vínculos entre o deputado, dirigentes da Fepesba e empresas contratadas para executar as obras. Além do contrato com a empresa da companheira de seu ex-assessor, o relatório aponta que um parente do atual presidente da federação — que foi vice de Raimundo Costa na entidade — trabalha hoje no gabinete do parlamentar em Brasília.
No total, entre 2023 e 2025, o deputado destinou R$ 17,2 milhões em emendas para a federação que ele comandou no passado.


