A mãe do garoto Davi Lucca, de 14 anos, que tem a doença conhecida como “ossos de vidro”, conseguiu comprar uma casa adaptada, na cidade de Feira de Santana, a 100 km de Salvador, para melhorar a mobilidade do filho.
O adolescente tem osteogênese imperfecta, doença que causa falha na produção de colágeno e deixa o esqueleto frágil, suscetível a fraturas. Antes de se mudar para a casa adaptada, o menino vivia em um imóvel que não tinha acessibilidade.
A mãe dele, Dionir Oliveira, lembrou que precisava subir 14 degraus com o filho no colo, várias vezes por dia.
Agora, ele tem autonomia nas tarefas diárias.
Davi Lucca já sofreu 19 fraturas e teve de passar por vários procedimentos ao longo da vida, para recuperar e fortalecer os ossos.
Em 2024, ele foi submetido a duas cirurgias cerebrais, porque está com uma escoliose avançada, que bloqueou a passagem de um líquido da coluna até o cérebro. “Ele passou por essa batalha, mas graças a Deus conseguiu superar e está mais forte”, disse Dionir, com alívio.
Doença dos ossos de vidro no Brasil
Não há estatísticas oficiais dos casos de osteogênese imperfeita no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado foram registrados pouco mais de 1.100 internações pela doença no país. Entre janeiro e abril deste ano, 425 internações foram registradas, conforme a pasta.
No pré-natal, a ultrassonografia só consegue identificar a doença em casos graves, quando o bebê apresenta fraturas ainda no útero da mãe. Portanto, o diagnóstico é feito, em geral, na infância. Os sinais mais comuns são:
fraturas por traumas leves;
cor azulada na parte branca dos olhos;
baixa estatura.
Valentin Dória, de três anos, foi a primeira criança com osteogênese imperfeita a passar por cirurgia reparadora feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia. O procedimento foi realizado no Hospital Ortopédico do Estado, em Salvador, dia 19 de junho.