O espírito natalino chega, mas junto dele vem uma preocupação crescente com o endividamento. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que 33% dos consumidores que planejam comprar presentes neste Natal estão com contas em atraso, e, pior, 72% deles estão com o nome sujo.
O dado acende um alerta. Mesmo com dívidas, muitos consumidores admitem que vão continuar comprando. Entre eles, 22% costumam gastar mais do que podem, principalmente os mais jovens. E tem mais: 9% pretendem deixar de pagar alguma conta para garantir os presentes, o que pode empurrar quase 15 milhões de pessoas para a inadimplência neste fim de ano.
As contas de Internet, luz, água, telefone, escola dos filhos são apontadas como as que devem ser sacrificadas para garantir a lembrança do Natal, manter as tradições e atender à pressão do consumo.
Pressão principalmente dos filhos. É que 22% dos pais dizem que vão deixar de pagar uma conta para atender aos pedidos das crianças. Segundo a pesquisa, 41% das famílias escolhem os presentes junto com os filhos, o que aumenta a pressão emocional e o risco de ceder ao impulso.
O presidente da CNDL, José César da Costa, considera que “O impulso é compreensível, mas o risco é real. É sempre bom lembrar que o começo do ano traz novas despesas como IPVA, IPTU e material escolar. Então, segundo ele, planejamento é fundamental”.
A pesquisa também mostra que 22% dos consumidores ficaram com o nome sujo após o Natal de 2024, resultado direto do descontrole financeiro. O valor médio das dívidas em atraso é de R$ 1.084.
O levantamento foi realizado com consumidores das 27 capitais brasileiras, entre 15 e 23 de outubro de 2025, e mostra um retrato preocupante do comportamento de consumo no fim do ano.
Katia Maia


